As nove perguntas mais frequentes sobre esclerose múltipla (EM)
01.02.2023
Vale lembrar que esse texto não substitui uma consulta com um profissional de saúde. Seu médico é especialista e possui a experiência necessária para te ajudar a entender o que está acontecendo e administrar sua vida com esclerose múltipla (EM).
1. O que é EM?
Esclerose múltipla é uma doença que afeta o cérebro e a medula espinhal. Acredita-se que seja uma doença autoimune. Ou seja, o próprio sistema imunológico da pessoa com EM começa a atacar e prejudicar a camada protetora (mielina) dos axônios (fibras nervosas dos corpos dos neurônios) em seu cérebro ou medula espinhal. 4
Existem duas formas iniciais diferentes de EM que podem ser diagnosticadas: 2
- Formas de recorrência são as que a EM evolui com surtos sucessivos sem progressão de sintomas neurológicos além desses. Às vezes, os surtos podem deixar algumas sequelas. Geralmente, essas sequelas desaparecem por completo. (EM remitente-recorrente ou EMRR).
- Formas progressivas são as que a EM evolui progressivamente com ou sem surtos adicionais. Seus sintomas, prognóstico e tratamento dependerão do tipo de EM que você tiver, que podem ser as formas primária progressiva (EMPP) ou secundária progressiva (EMSP).
A EMRR pode evoluir para uma forma secundária progressiva.
2. Quem desenvolve EM?
Pesquisas mostram que é mais provável que uma pessoa desenvolva EM se for caucasiana 3, do sexo feminino 4, entre as idades de 20 e 40 anos e se cresceu em um local longe da linha do Equador 1.
3. Quantas pessoas têm EM?
Existem cerca de 2,3 milhões de pessoas no mundo vivendo com EM. De acordo com os resultados preliminares de um estudo lançado recentemente, quase um milhão de pessoas vivem com EM nos Estados Unidos. 5
4. Quais são as causas da EM?
Não se sabe o motivo pelo qual a esclerose múltipla acontece, mas acredita-se que ela seja resultado de uma combinação de fatores de risco genéticos e ambientais. 1
5. A EM é hereditária? Posso passá-la aos meus filhos?
A EM não é hereditária, mas algumas pessoas cujos parentes já tenham sido diagnosticados com a doença podem apresentar um risco levemente maior de desenvolvê-la. 6
6. Quais são os sintomas típicos da EM?
A EM não pode ser definida por um grupo específico de sintomas. A natureza e a gravidade dos sintomas da EM variam de pessoa para pessoa.
Alguns sintomas, porém, são mais comuns do que outros.6 Por exemplo, fadiga, dormência ou formigamento, problemas urinários na bexiga, problemas de equilíbrio ou problemas visuais.
Entretanto, como a sua experiência é única, pode ser uma boa ideia você observar seus sintomas conforme eles apareçam. Assim, seu médico pode garantir que você receba o melhor tratamento possível.
7. Vou precisar usar uma cadeira de rodas?
A maioria dos pacientes com EM nunca precisará de uma cadeira de rodas. Talvez você precise, de vez em quando, de uma bengala, scooter ou cadeira de rodas para poupar a sua energia, evitar quedas e aumentar seu nível de conforto. 8
8. Quais tratamentos estão disponíveis para a EM? Tem cura?
A EM não tem cura. No entanto, há vários tipos de tratamentos disponíveis que podem aliviar seus sintomas ou modificar o curso da sua doença.
9. Como a EM é diagnosticada?
Diagnosticar a EM é uma tarefa difícil porque não há sintoma ou exame único que por si só possa determinar se você tem a doença ou não. 1 Por meio de exames como a ressonância magnética, os exames hematológicos, e de análise do líquido cefalorraquidiano, que envolve o cérebro, é possível excluir doenças virais, tumorais, mal formativas e infecciosas que podem, no início, simular a EM. É por isso que é fundamental consultar um médico neurologista. Caso haja alguma suspeita, é ele quem poderá definir o diagnóstico, por meio do conhecimento sobre o seu histórico de saúde e a combinação desses exames laboratoriais. 9
Escrito por: Olivia Miossec, Mestra em Ciências Revisado por: C. Bazerque, MD. Fevereiro de 2020
Bibliografia
- National Multiple Sclerosis Society [Internet]. Who gets MS? Último acesso em 21/09/2020. Disponível em: https://www.nationalmssociety.org/
- Fred D. Lublin, Defining the clinical course of multiple sclerosis. Neurology. 2014 Jul 15; 83(3): 278–286.
- L. Amezcua, et al. Race and Ethnicity on MS presentation and Disease Course: ACTRIMS Forum 2019. Mult Scler. 2020 Apr; 26(5): 561–567.
- Hanne F. Harbo. Sex and gender issues in multiple sclerosis. Ther Adv Neurol Disord (2013) 6(4) 237–24
- Paul.Browne, and al. Atlas of multiple sclerosis 2013 : a growing global problem with widespread inequity. Neurology. 2014 Sep 9; 83(11): 1022–1024.
- MS Trust [Internet]. Facts and Myths about MS. Último acesso em 11/09/2020. Disponível em: https://www.mstrust.org.uk/
- National Multiple Sclerosis Society [Internet]. NEWS. Último acesso em 11/09/2020. Disponível em: https://www.nationalmssociety.org/
- MS Society [Internet]. Wheelchairs and Scooters. Último acesso em 11/09/2020. Disponível em: https://www.mssociety.org.uk/
- Diagnóstico de esclerose múltipla é difícil em fase inicial. Drauzio Varella. Último acesso em 22/10/2021. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/neurologia/diagnostico-de-esclerose-multipla-e-dificil-em-fase-inicial/